segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O Colecionador - John Fowles

Lançamento: 1963 (no Brasil 1975)
Autor(a): John Fowles
EditoraAbril Cultural
Gênero: Literatura inglesa/Romance
Avaliação: 
Páginas: 234
Onde comprar: Bem, não achei a venda on-line, mas com certeza você achará em sebos (comprei o meu em um por 8 reais)

Sinopse: “O Colecionador” é o primeiro livro de John Fowles, escrito em 1963. O romance narra a história de Frederick Clegg, um funcionário público que coleciona borboletas e, subitamente, se torna dono de uma fortuna. Ele então passa a ter uma ambição: seqüestrar a bela Miranda, seu amor platônico. A trama se desenvolve com a disformidade da personalidade de Clegg, que tem a seu favor apenas a superioridade de força, contra a vitalidade e inteligência de Miranda que, contando com sua superioridade de caráter, confunde e ofusca o medíocre seqüestrador.


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Frederick Clegg. Orfão de pai, abandonado pela mãe, criado pela tia, funcionário público, conservador, colecionador de borboletas. Bom com apostas, ganha uma pequena fortuna subitamente e resolve saciar um de seus maiores desejos. Qual é ele? Miranda, garota a qual ele cobiça apenas de vista, uma paixão platônica que ama arte, possui grande inteligência e beleza incomparável. 

Sou eu. Eu sou a sua loucura. Há muitos anos que ele procurava algo para libertar a sua loucura. E encontrou-me.                        


Começamos a estória através dos olhos (e da narrativa) de Frederick, que nos mostra sua vida: Sua tia mesquinha que o trata com desprezo; sua prima cadeirante, da qual ele desgosta; e seu falecido tio, que o induziu a colecionar insetos, principalmente borboletas. Mostra muita saudade e afeição pelo seu tio, e uma constante solidão que, em pensamentos, poderia ser curada pela garota loura que morava em frente ao seu antigo local de trabalho. Em sua paixão secreta, começa a nutrir seu sonho por vezes seguindo-a e buscando informações sobre ela, sempre imaginando como seria bela a vida de casal dos dois.

Não sei por que, mas da primeira vez que a vi, fiquei logo sabendo que ela era única. Não estou louco, claro, visto que sabia ser apenas um sonho, que o teria sido sempre, se não fosse o dinheiro.

Após ganhar uma bolada em apostas, Frederick manda sua familia para a Austrália e passa a colocar seu plano em prática. Compra uma casa afastada da cidade, grande, com porão. Gasta uma grande quantia para reformá-la e para adequar o segundo porão (esqueci o nome, perdão) a sua futura "convidada", e para que nenhum imprevisto acontecesse e, então, num dia de chuva, sequestrou-a e levou-a para sua casa, tudo isso apenas pelo prazer de sua companhia, por tê-la ali, como uma borboleta rara em sua coleção.

Não sei explicar o por que, mas esse livro tornou-se um de meus favoritos! Com todo seu ar reflexivo em relação aos valores de cada um, se torna um livro lido não apenas com o intuito de entreter, mas também de fazer pensar sobre, sei lá, tudo. Na primeira parte do livro, narrada por Frederick (conhecido pela Miranda como Ferdinand ou Calibã), temos uma imagem levemente distorcida das coisas: Miranda uma mesquinha, Calibã apenas um moço que usou o dinheiro ao seu favor (tá, não é pra tanto, mas por aí). Na segunda parte, que se trata do diário de Miranda, vemos a vida em si através de seus olhos; uma pessoa que defende a beleza das coisas, da vida, dos atos. Decidida a se ver livre de sua prisão, toma diversas atitudes que não são de seu feitio, tentando de qualquer modo se libertar das mãos firmes de um colecionador de borboletas experiente. A loucura que emana dele é tão palpável que deixa o leitor (oi, eu aqui) tenso durante maior parte da história. Simplesmente, incrível. 

 Esse livro é tão maravilhoso, a metáfora (ou comparação) presente em todo o texto mostrando as semelhanças no modo como Frederick trata Miranda e suas borboletas que me empolguei nas citações. Mas, lendo uma resenha no skoob, vi esse trecho que descreve muito bem todo o drama do livro:

Só aquelas palavras, ditas e sentidas: Gosto tanto de você…
Palavras sem esperança, que ele dissera, como poderia ter dito: tenho um câncer.
O seu conto de fadas.

Eu sei que essa resenha ficou comprida, mas ó, não dei nadinha de spoiler. Me contive pra valer dessa vez, tá? Espero que tenham gostado. Ah, e para finalizar, o trailer do filme (velhão hein?) baseado no livro:


Tá em inglês (e ela tá morena :P), mas achei bem válido, quero assistir :D Comprei o livro no sebo por 8 reais, se caso se interessarem creio que é bem fácil de achar em sebos por ser um livro bem velho.

5 comentários:

  1. Troquei alguns livros esta semana, e este foi um dos que eu recebi.
    Admito que estava com um certo receio de ter feito besteira, pois não vi muitos comentários 'atuais' sobre ele, mas pelo visto fiz bom negocio *-*

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    1. Ah, com certeza fez! Achei ele profundo e cativante, quero relê-lo algum dia. Espero que goste dele tanto quanto eu gostei :D

      Obrigada pela visita!

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  2. Nossa, acredita que esse livro passou pela minha mão essa semana e eu não tinha me interessado? Mudei de idéia ao ler a resenha, acho até que gostaria de me arriscar nessa leitura...

    Beijinhos e até mais...
    http://marcaprovisoria.blogspot.com.br/

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    1. Que pena que você não o leu, Thamires! É um ótimo livro, mas é normal que as pessoas não se interessem, afinal não é reimpresso faz um certo tempo já. Espero que você tenha novamente a oportunidade de lê-lo :)

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  3. vocês sabem me dizer onde posso assistir o filme? ja procurei em todos os sites e não encontrei :/ Obrigada

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